Floripa
Uma Ilha linda, cheia de dotes naturais que começaram a se formar num misterioso e minucioso processo evolutivo ainda na mais antiga das Eras Geológicas. Antes dos descobridores, navegadores europeus aportarem por aqui, a região era habitada pelos índios “Carijós” da grande nação tupi guarani. A Ilha guarda em várias de suas praias vestígios como oficinas líticas, inscrições rupestres, de povos ainda mais antigos que habitavam esse litoral, com traços arqueológicos identificados com cerca de 4500 anos. De qualquer maneira foram os índios que primeiro contemplaram a beleza e a paz deste local, exatamente eles que não tem mais terra, nem casa, e estão perdendo sua cultura, sua tradição, e escutam o homem branco falar de qualidade de vida.
Com a chegada dos portugueses e os africanos que foram trazidos como escravos, o resultado foi à miscigenação, porém os costumes açorianos predominaram, deixando uma enorme herança na maneira de viver, no comportamento, nos costumes religiosos, no folclore, na gastronomia, na arquitetura, nos utensílios domésticos, de trabalho e até mesmo de transporte, como as embarcações. A cidade preserva e ainda utiliza pequenas canoas inspiradas nas embarcações talhadas pelos índios, mas também as grandes canoas de um tronco só, tradição portuguesa de pesca artesanal ainda em atividade. E não deixando de ressaltar a arquitetura açoriana como os casarios históricos do Ribeirão da Ilha, de Santo Antônio de Lisboa e do Centro da cidade.
A Ilha de Santa Catarina é naturalmente limitada em seu território físico, mas imensa em potencialidades e possibilidades visuais poéticas e estéticas. Ela oferece ainda muitos outros assuntos para serem investigados e vivenciados criativamente pelos seus habitantes e visitantes: sejam nativos, turistas, cientistas, empreendedores, pesquisadores, artistas, místicos ou migrantes. Alguns com certo saudosismo querendo manter a paz que não é mais a mesma, outros agarrando as oportunidades de ascensão sem ter a preocupação com impactos, e quem tem consciência busca comungar com harmonia os dons do ambiente cultivando a qualidade de vida interior e exterior.
Como em uma pintura a Ilha majestosa está emoldurada pelo Atlântico, onde o mar se encontra com o verde e a montanha em meio à vegetação exuberante, recebendo as influências do tempo e do espaço que estão mudando num ritmo muito acelerado.
A cidade recebe novos moradores e visitantes diariamente, é um mosaico multicultural. Florianópolis é essa junção social, cultural e econômica, urbanamente meio desordenada, mas sem perder sua beleza e encantamento. Na Ilha ainda há personagens que são o mais puro retrato da simplicidade, do trabalho, da vida em família e na comunidade, como pescadores, donas de casas e das tradicionais rendeiras. O moderno sobrepõe-se ao tradicional, o urbano ocupa o espaço natural e adaptando-se a vida segue vibrante como as cores da natureza da Ilha. Hoje Floripa cresceu, no século XXI, vem disfarçando-se aos poucos em cidade grande moderna que ensaia aspirações cosmopolitas de metrópole turística, em tempos de internet, de globalização, é um lugar de destaque mundialmente reconhecida. Com esse contexto a cidade respira um ar contemporâneo, importa e exporta cidadãos do mundo, vive uma diversidade cultural, étnica e social.
Apesar de tudo, ainda resiste ao testemunho de emoção, de paixão, encanto e respeito de um povo pelo lugar que habita.
Floripa Florida
(Regi/Kalunga)
Floripa florida
És a ilha mais linda
Floripa florida
És a ilha mais linda
No seio da mata meu garapuvu
Orquídea, bromélia, aroeira, inhambú
Achei na figueira toca de tatu
Sabiá laranjeira cessou vento sul
Chegou primavera
Floripa florida...
Um veio, cascata, broto de bambú
Cecília, camélia, canta canta “sinhaçu”
Tié na bagueira chamou céu azul
Mostrou beija-flor o Cruzeiro do Sul
Tornou primavera
Fonte: Santa Catarina a Ilha (Fundação Cultural Prometheus Libertus)
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